Beyoncé acaba de lançar o esperado “Cowboy Carter”, marcando o início do Ato II de sua nova odisséia musical e de seu 8º álbum de estúdio. Após o encerramento do Ato 1 com “Renaissance”, e aquela que foi provavelmente uma de suas melhores apresentações ao vivo até o momento, Beyoncé surpreende os fãs mais uma vez com um mergulho na música country desta vez.
Essa mudança inesperada do R&B/pop para o country pode causar espanto, mas para Beyoncé, a música não tem fronteiras. Afinal, “Cowboy Carter” é uma fusão de suas raízes texanas com a rica tapeçaria da música country, mostrando mais uma vez sua versatilidade para expor seu talento a uma gama mais ampla.
No entanto, o anúncio deste novo álbum já gerou polêmica, com críticos questionando a autenticidade de Beyoncé e levantando preocupações sobre apropriação cultural. No post do Instagram anunciando o lançamento de Cowboy Carter, Beyoncé mencionou que o álbum “nasceu de uma experiência que tive anos atrás onde não me senti bem-vinda… e ficou muito claro que não fui”. Isso pode se referir à sua performance ao vivo no CMAs (Country Music Awards) de 2016 de Daddy's Lessons com a banda country The Chicks, que na época recebeu muitas reações negativas, embora tenha sido aplaudida por muitos e supostamente tenha contribuído para alguns dos mais- assisti minutos de uma premiação CMA na história do programa.
Apesar desta negatividade, os apoiantes aplaudem a sua coragem em desafiar estereótipos e celebrar a diversidade. Beyoncé cita: “As críticas que enfrentei quando entrei neste gênero me forçaram a superar as limitações que foram impostas a mim. O ato ii é o resultado de me desafiar e de dedicar meu tempo para dobrar e misturar gêneros para criar esse corpo de trabalho”.
Não esqueçamos que a música country é um gênero enraizado em origens diversas, desde a música folclórica europeia trazida para os EUA no século 18, até o gospel afro-americano e os coros de igreja, uma polêmica meio boba, não é?
Em essência, “Cowboy Carter” promete ser uma experiência totalmente nova, convidando os ouvintes a uma jornada onde a criatividade não tem limites. A incursão de Beyoncé na música country não se trata apenas de explorar um novo som, mas de recuperar uma parte da sua identidade cultural e de ultrapassar os limites da expressão artística.
“This ain’t a Country album. This is a “Beyoncé” album.”
Por Lea Barron, nossa magnífica revisora de álbuns
27 músicas onde podemos encontrar uma variedade de influências country pesadas, bem como gospel (AMEN), ou flamenco (DAUGHTER), mas também algumas músicas que lembram o Renascimento (como RIIVERDANCE ou o medley SWEET/HONEY/BUCKIN), bem como alguns toques de limonada em TYRANT, e um pouco de rap Bey em SPAGETTII com Shaboozey.
A música YAYA sendo um conjunto de diferentes gêneros (conforme apresentado por Linda Martell) em um mashup inspirado nos anos 60 em homenagem à falecida rainha Tina Turner e AMERICAN REQUIEM sendo uma faixa dissimulada para seus inimigos (nós adoramos).
Há também algumas colaborações interessantes: Beyoncé escolheu colocar artistas country negros no centro das atenções (Willie Jones em JUST FOR FUN, e Tanner Adell, Brittney Spencer, Tierra Kennedy aparecendo na capa dos Beatles do BLACKBIIRD), mas também artistas mais mainstream como Miley Cyrus (II MOST WANTED) e Post Malone (LEVII'S JEANS).
Com as participações especiais de Dolly Parton (além de um já icônico cover de JOLENE), da lenda country Willie Nelson e até da filha de Beyoncé, Rumi Carter, no PROJECTOR, o álbum parece uma história sendo contada para nós, uma vingança pelo ódio que tem recebido ao longo dos anos e mostra que mais uma vez Beyoncé é capaz de superar as expectativas.
É definitivamente um álbum da Beyoncé e nós adoramos”.
